Atletas da seleção brasileira de snowboard, das seleções principal e de base de ski aerial e até da seleção brasileira de cross country paralímpico, esportes todos organizados pela Confederação Brasileira de Desportos na Neve (CBDN), estiveram no NAR-SP na tarde de hoje (12) para avaliações de força, velocidade, potência e agilidade. Quem chamou a atenção, porém, foi uma antiga conhecida dos profissionais do Núcleo.
Aline Rocha, paratleta que disputou os Jogos Paralímpicos de Verão no Rio de Janeiro no ano passado, encontrava-se entre os integrantes da seleção brasileira de cross country paralímpico. Após representar seu país nas pistas, a paranaense agora sonha em ser a primeira mulher paratleta brasileira nos Jogos Paralímpicos de Inverno.
A atleta conta que seu namoro com os esportes de inverno é antigo: vem desde 2014, ano que marcou as primeiras participações brasileiras em Paralimpíadas de Inverno. Após a descoberta que a migração de velocistas em cadeiras de roda das pistas para a neve não é inédita (americanos, argentinos e japoneses já haviam feito a mudança), Aline decidiu se dedicar a competir em ambos os esportes – mas não antes de completar o sonho de participar dos Jogos Paralímpicos no Rio de Janeiro.
"Passando as Paralimpíadas, entramos em contato com a CDBN, marcamos uma reunião e já fomos para a primeira viagem, para um camping na Suécia. Em janeiro, participei da primeira competição [a Copa do Mundo de Para Cross Country em Western Center, na Ucrânia]. A transição foi bem rápida, não foi uma mudança muito brusca" ela diz, contente. "Apesar de serem esportes diferentes, o de verão e o de inverno, os movimentos que fazemos, tanto na cadeira quanto no ski, têm semelhanças."
Para conciliar os dois esportes, Aline treina em dois períodos. Por conta do Mundial de Paratletismo deste ano, que será realizado em Londres, ela ainda está focando mais em seu esporte de origem. Sem ter obtido o índice necessário para viajar para a Inglaterra, Aline continua treinando nas pistas todas as manhãs e alternando os treinamentos em cima dos skis para a tarde. Ela, porém, afirma que os treinamentos com os skis a auxiliam a melhorar no atletismo. "Eu tive aumento de massa muscular no treinamento com o ski. Então, os dois estão se complementando".
Aline manterá o treinamento em dois períodos e dois esportes até pelo menos o final de junho, quando viajará para uma competição de atletismo na Suíça e buscará o índice para o Mundial. Só então, dependendo do resultado, ela mudará seu plano de treinamento. De qualquer maneira, a atleta conta com a ajuda do NAR-SP – seja nas pistas ou na neve.